Paulo Freire e Merleau-Ponty: conexões dialógicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29181/2594-6463-2020-v4-n1-p70-80

Palavras-chave:

Dialogicidade, Diversidade, Autonomia, Convivialidade

Resumo

Resumo

O ensaio tece diálogo com Paulo Freire e Merleau-Ponty. Ambos possuem uma história de vida de compromissos políticos e engajamento contra políticas mantidas pela dominação do patriarcalismo, racismo, homofobia, genocídio. Tecem uma concepção voltada de natureza concebendo a Terra como útero da existência de tudo, todas e todos. Ambos se contrapõem à disjunção entre espírito-e-matéria. Denunciam a dicotomia perversa de uma essência espiritual, superior, que se autoriza a guerra contra todas as formas materiais concebidas como sombrias, decaídas, perversas, selvagens e destrutivas. Paulo Freire e Merleau-Ponty tomaram como paradigma o corpo e a corporeidade, como lugar originário e primeiro, de onde emerge um pensamento segundo. Estimulam a comunhão e a convivialidade com tudo, todos e todas.
Palavras-chave: Dialogicidade. Diversidade. Autonomia. Convivialidade.

Paulo Freire and Merleau-Ponty: dialogic connections

Abstract

The essay weaves dialogue with Paulo Freire and Merleau-Ponty. Both have a life history of political commitments and engagement against policies maintained by the domination of patriarchalism, racism, homophobia, genocide. They weave a conception focused on nature, conceiving the Earth as the womb of the existence of everything, all and everyone. Both are opposed to the disjunction between spirit and matter. They denounce the perverse dichotomy of a spiritual, superior essence, which authorizes war against all material forms conceived as dark, decrepit, perverse, wild and destructive. Paulo Freire and Merleau-Ponty took as their paradigm the body and corporeality, as the original place and first, from where a second thought emerges. Stimulate communion and conviviality with everything, everyone and everyone.
Keywords: Dialogicity. Diversity. Autonomy. Conviviality.

Paulo Freire y Merleau-Ponty: conexiones dialógicas

Resumen

El ensayo teje un diálogo con Paulo Freire y Merleau-Ponty. Ambos poseen una historia de vida de compromisos políticos y participación contra políticas mantenidas por la dominación del patriarcalismo, racismo, homofobia, genocidio. Realizan una concepción envuelta de naturaleza concibiendo a la Tierra como útero de la existencia de todo, todas y todos. Ambos se contraponen a la desconexión entre espíritu-y-materia. Denuncian la dicotomía perversa de una esencia espiritual, superior, que se autoriza a la guerra contra todas las formas materiales concebidas como sombrías, decaídas, perversas, salvajes y destructivas. Paulo Freire y Merleau-Ponty tomaron como paradigma el cuerpo y la corporeidad, como lugar originario y primero, de donde emerge un pensamiento de acuerdo. Estimulan a la comunión y la convivencia con todo, todos, todas.
Palabras clave: Dialogicidad. Diversidad. Autonomía. Convivialidad.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Armando de Melo Lisboa, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

[1] Doutor em Sociologia Econômica pela Universidade Técnica de Lisboa (2004). Professor Associado I do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem atuado principalmente nas áreas de América Latina, economia solidária, ecológica, popular, filosofia e sociologia econômica, desenvolvimento e ciências da religião. Endereço: CNM/CSE – Campus Universitário – Florianópolis (SC – 88040-900. E-mail: amelolisboa@gmail.com.

Luiz Augusto Passos, Universidade Federal de Mato Grosso.

[1] Professor permanente no PPGE, UFMT. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora Medianeira (FASP)(1970), Teologia Colégio Máximo Cristo Rei (São Leopoldo/RS)(1974), Doutorado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (1997) e Doutorado em Educação Currículo pela Pia Universidade Católica de S. Paulo (2003). Atua junto a Educação Popular, Pastorais Populares, Macro-ecumenismo. Pesquisa metodologia de interlocução de Paulo Freire, Merleau-Ponty, Geertz e setores marginalizados. Grupos de Saúde, Popular, coordena Grupo de Pesquisa Movimento Sociais e Educação (GPMSE) e Grupo de Estudos Educação & Merleau-Ponty (GEMPO). E-mail: passospassos@gmail.com.

Referências

ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 13. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.

ANDRADE, C. D. A palavra mágica. In: ANDRADE, C. D. Discurso de primavera e algumas sombras. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. p. 127.

ARENDT, H. A condição humana. 10 ed. 6. reimp. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

BARROS, M. O menino que carregava água na peneira. In: BARROS, M. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010. p. 469-470.

BOFF, L. Leonardoboff.com. Disponível em: https://leonardoboff.org/. Acesso em: 11 abr. 2020.

CAMUS, A. L’ Etranger. Paris: Gallimard, 1967.

CHAUÍ, M. Da realidade sem mistérios ao mistério do mundo: Espinosa, Voltaire, Merleau-Ponty. São Paulo: Brasiliense, 1981.

DI CLEMENTE, F. Biografia do filósofo. Portal do GPMSE/GEMPO: Estudos Educação e Merleau-Ponty, 28 out. 2011. Disponível em: http://gempo.com.br/portal/biografia-do-filosofo/. Acesso em: 11 abr. 2020.

FIRENZE, A. Invariante biológico e natureza humana. Notas críticas sobre o uso da antropologia filosófica em Virno. Revista de Educação Pública, v. 23, n. 53/2, p. 533-552, jul. 2014.

FREIRE, A. M. A. Paulo Freire: uma história de vida. Indaiatuba: Vila das Letras, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia da tolerância. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

FREIRE, P. À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d’Água, 1995.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

FREIRE, P. Conhecer, praticar, ensinar os Evangelhos. Tempo e Presença, n. 154, p. 7, out. 1979. Disponível em: http://acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/2325/3/FPF_OPF_07_003.pdf. Acesso em: 11 abr. 2020.

FREUD, S. Totem e tabu; ensaios. Coleção “Obras Completas de Sigmund Freud”, v. 14. Rio de Janeiro: Editora Delta, 1950.

HINKELAMMERT, F. J. As armas ideológicas da morte. São Paulo: Paulinas, 1983.

KANT, I. Sobre a pedagogia. 2. ed. rev. Piracicaba: Editora Unimep, 1999.

LAFOURCADE, N. Musas: un homenaje al folclore latinoamericano en manos de los macorinos, v. 2. Sony Music, 2018. 1 CD.

LEIBNIZ, G. W. A monadologia. Coleção “Os Pensadores”. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

MELIÀ, B. ¡Ay del que enseña a leer al que no sabe! Acción, Asunción, n. 14, 1972. Disponível em: http://www.mondialisations.org/medias/pdf/Ay-del-que-ensena-a-leer.pdf. Acesso em: 11 abr. 2020.

MERLEAU-PONTY, M. O visível e o invisível. São Paulo: Perspectiva, 2009.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

MOUNIER, E. O personalismo. Lisboa: Martins Fontes, 1973.

PAULO Freire - Dia do Meio Ambiente - 5 de junho. Publicado pelo canal Instituto Paulo Freire em jun. 2015. 1 vídeo (22 seg.). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=J170pf5e5No. Acesso em: 11 abr. 2020.

ROGERS, C. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1976.

SEIXAS, R. Metamorfose ambulante. In: SEIXAS, R. Krig-ha, Bandolo! Philips Records, 1973. 1 LP.

SEMINÁRIO Internacional “O Simbólico e o Diabólico, Dramas e Tramas, Religião, História e Política”. Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA), set. 1996. 1 vídeo (64 min.). Publicado pelo canal TV PUC. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Me7yEtvctog. Acesso em: 11 abr. 2020.

SUNG, J. M. Sujeito como transcendentalidade ao interior da vida real: um diálogo com o pensamento de Franz Hinkelammert. Cadernos do IFAN, Bragança Paulista, n. 26, p. 47-66, 2000.

Downloads

Publicado

29/04/2020

Como Citar

LISBOA, A. de M.; PASSOS, L. A. Paulo Freire e Merleau-Ponty: conexões dialógicas. MOTRICIDADES: Revista da Sociedade de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana, São Carlos, v. 4, n. 1, p. 70–80, 2020. DOI: 10.29181/2594-6463-2020-v4-n1-p70-80. Disponível em: https://www.motricidades.org/journal/index.php/journal/article/view/2594-6463-2020-v4-n1-p70-80. Acesso em: 1 maio. 2024.