Ecomotricidade do plantar e do cuidar: um referencial pedagógico decolonial e ecofenomenológico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29181/2594-6463-2023-v7-n2-p92-104

Palavras-chave:

Ecopedagogia, Decolonialidade, Ecofenomenologia, Educação Ambiental Crítica, Segurança Alimentar e Nutricional

Resumo

Ecomotricity of planting and caring:  a decolonial and ecophenomenological pedagogical framework

Abstract
In this paper, we aim to contribute to the conceptual, methodological, and (eco)pedagogical framework of the ecomotricity of planting and caring (EPC) as a specific development of previously formulated ecomotricity and aligned with socio-environmental aspects of food and nutritional security and agroecology. As a secondary aim, we present initial considerations for EPC praxis in different geo-epistemological contexts. We applied a bibliographical review with the dialectical method to organize this basic, theoretical, and exploratory research. Some relevant resolutions highlight the decolonial and ecophenomenological potentials of EPC as an ecopedagogical process based on the praxis of human-environment (human-non-human) inter-actions. The presented framework can serve as a reference for future theoretical and empirical research on the topic and implementation of EPC projects.
Keywords: Ecopedagogy. Decoloniality. Ecophenomenology. Critical Environmental Education. Food and Nutrition Security.

Ecomotricidade do plantar e do cuidar: um referencial pedagógico decolonial e ecofenomenológico

Resumo
Neste artigo, pretendemos contribuir para a estrutura conceitual, metodológica e (eco)pedagógica da ecomotricidade do plantar e do cuidar (EPC) como um desenvolvimento específico da ecomotricidade (formulada anteriormente) e alinhada com aspectos socioambientais da segurança alimentar e nutricional e da agroecologia. Como objetivo secundário, apresentamos considerações iniciais sobre a prática da EPC em diferentes contextos geoepistemológicos. Fizemos uma revisão bibliográfica junto com o método dialético para organizar essa pesquisa básica, teórica e exploratória. Algumas resoluções relevantes destacam os potenciais decoloniais e ecofenomenológicos da EPC como um processo ecopedagógico baseado na práxis das interações humano-ambiente (humano-não humano). A estrutura apresentada pode servir de referência para futuras pesquisas teóricas e empíricas sobre o tema e a implementação de projetos de EPC.
Palavras-chave: Ecopedagogia. Decolonialidade. Ecofenomenologia. Educação Ambiental Crítica. Segurança Alimentar e Nutricional.

Ecomotricidad del plantar y del cuidar: un marco pedagógico decolonial y ecofenomenológico

Resumen
En este artículo, pretendemos contribuir al marco conceptual, metodológico y (eco)pedagógico de la ecomotricidad del plantar y del cuidar (EPC) como desarrollo específico de la ecomotricidad previamente formulada y alineada con los aspectos socioambientales de la seguridad alimentaria y nutricional y la agroecología. Como objetivo secundario, presentamos consideraciones iniciales para la praxis de la EPC en diferentes contextos geoepistemológicos. Aplicamos una revisión bibliográfica con el método dialéctico para organizar esta investigación básica, teórica y exploratoria. Algunas resoluciones relevantes destacan las potencialidades decoloniales y ecofenomenológicas de la EPC como proceso ecopedagógico basado en la praxis de las inter-acciones humano-ambiente (humano-no humano). El marco presentado puede servir de referencia para futuras investigaciones teóricas y empíricas sobre el tema y la aplicación de proyectos de EPC.
Palabras clave: Ecopedagogía. Decolonialidad. Ecofenomenología. Educación Ambiental Crítica. Seguridad Alimentaria y Nutricional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACOSTA, A. O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Autonomia Literária, 2016.

ARENAS, A. Pandemics, capitalism, and an ecosocialist pedagogy. The Journal of Environmental Education, v. 52, n. 6, p. 371-383, 2021.

BLENGINI, I. A. D.; RODRIGUES, C. Pesquisa em educação ambiental em RPPN: instrumentos para a pesquisa de campo. Revista Sergipana de Educação Ambiental, v.7, n. 2, p. 83-95, 2019.

BLÜHDORN, I. The politics of unsustainability: COP15, post-ecologism, and the ecological paradox. Organization & Environment, v. 24, n. 1, p. 34-53, 2011.

BROWN, C. S., TOADVINE, T. Eco-phenomenology: back to the earth itself. Albany. New York: State University of New York Press, 2003.

CANAPARO, C. Geo-epistemology: latin america and the location of knowledge. Oxford: Peter Lang, 2009.

CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

CARVALHO, I. C. M.; STEIL, C. A.; GONZAGA, F. A. Learning from a more-than-human perspective. Plant as teachers. The Journal of Environmental Education, v. 51, n. 2, p. 144-155, 2020.

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

DICKMANN, I. Reinventando a ecopedagogia: patriarcado, modernidade e capitalismo. Revista Sergipana de Educação Ambiental, v. 9, n. 1, p. 1-16, 2022.

FAY, B. Critical social science: liberation and its limits. New York: Cornell University Press, 1987.

FREIRE, P. À sombra desta mangueira. 15. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2022.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021. (edição especial centenário capa dura).

GOMES JÚNIOR, N. N.; ALMEIDA FILHO, N. Segurança alimentar e nutricional como princípio ético social de orientação de políticas públicas nacionais. In: ALMEIDA FILHO, N.; RAMOS, P. (org.). Segurança alimentar: produção agrícola e desenvolvimento territorial. Campinas: Alínea, 2010. p. 18-26.

GRAHAM, J.; GIBSON, K. The end of capitalism (as we knew it): a feminist critique of political economy. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2006.

GUIMARÃES, M. Educação ambiental crítica. In: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental. Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: MMA, 2004. p. 25-34.

GUIMARÃES, M. Por uma educação ambiental crítica na sociedade atual. Revista Margens Interdisciplinar, v. 7, n. 9, p. 11-22, 2016.

GUTIÉRREZ, F.; PRADO, C. Ecopedagogia e cidadania planetária. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire, 1999.

HOLANDA, F. S. R.; GOMES, L. J. (org.). Indicadores de sustentabilidade ambiental. São Cristóvão: Ed. UFS, 2014.

IARED, V. G. A ecomotricidade na educação ambiental. In: COLÓQUIO DE PESQUISA QUALITATIVA EM MOTRICIDADE HUMANA: ECOMOTRICIDADE E BEM VIVER, 7., 2017. Aracaju; São Cristóvão. Anais [...]. São Carlos: SPQMH, 2017. p. 570-580.

IARED, V. G.; HOFSTATTER, L. J. V. Our SARS-CoV-2 teacher: teachings of the pandemic about our relations with the more-than-human world. The Journal of Environmental Education, v. 53, n. 2, p.117-125, 2022.

INGOLD, T. Being alive: essays on movement, knowledge and description. New York: Routledge, 2011.

INGOLD, T. The perception of the environment: essays in livelihood, dwelling and skill. London: Routledge, Taylor & Francis Group, 2000.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de domicílios: segurança alimentar 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.

JESUS, G. C. Jogos e brincadeiras de ecopedagogia para a ecomotricidade: uma intervenção no Projeto Estrelas do Mar. 2018. 68 f. Monografia (Licencitura em Educação Física) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2018.

KOPNINA, H. Anthropocentrism and post-humanism. The International Encyclopedia of Anthropology, p. 1-8, 2019.

LAROSSA BONDÍA, J. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-28, 2002.

LE GRANGE, L. The notion of ubuntu and the (post)humanist condition. In: PETROVIC, J. E.; MITCHELL, R. M. (ed.). Indigenous philosophies of education around the world. New York: Routledge, 2018. p. 40-60.

LLORO, T. K. An intersectional feminist food studies praxis: Activism and care in the COVID-19 context. The Journal of Environmental Education, v. 52, n. 5, p. 303-313, 2021.

LOPES, J. S. L. Sobre processos de “ambientalização” dos conflitos e sobre dilemas da participação. Horizontes Antropológicos, v. 12, n. 25, p. 31-64, 2006.

MA RHEA, Z. Frontiers of taste: food sovereignty, sustainability, and indigenous-settler relations in Australia. Singapore: Springer, 2017.

MA RHEA, Z. Towards an indigenist, gaian pedagogy of food: deimperializing foodscapes in the classroom. The Journal of Environmental Education, v. 49, n. 2, p. 103-116, 2018.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

MARTINS, P. C.; MANESCHY, D. M.; MENEZES, J. S.; GUERRA, R. D. P. V.; PEREIRA, C. S. Educação ambiental escolar a partir da agroecologia e da permacultura: a experiência do projeto Escola Permacultural. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 58, p. 334-350, 2021.

MENEZES, E. T. Verbete Conferência de Jomtien. Dicionário Interativo da Educação Brasileira – EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001.

MISIASZEK, G. W. Educating the global environmental citizen: understanding ecopedagogy in local and global contexts. Abingdon: Routledge, 2018.

MISIASZEK, G. W. Ecopedagogy: critical environmental teaching for planetary justice and global sustainable development. Londres: Bloomsbury Publishing, 2020.

MISIASZEK, G. W.; RODRIGUES, C. Six critical questions for teaching justice-based environmental sustainability (JBES) in higher education, Teaching in Higher Education, v. 28, n. 1, p.211-219, 2023a.

MISIASZEK, G. W.; RODRIGUES, C. Teaching justice-based environmental sustainability in higher education: generative dialogues. Teaching in Higher Education, v. 28, n. 5, p. 903-917, 2023b.

ONU. Organização das Nações Unidas. Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/sites/default/files/2020-09/agenda2030-pt-br.pdf. Acesso em: 23 jan. 2022.

PAYNE, P. Ecopedagogy as/in scapes. The Journal of Environmental Education, v. 49, n. 2, p. 71-87, 2018.

PAYNE, P. Amnesia of the moment” in environmental education. The Journal of Environmental Education, v. 51, n. 2, p. 113-143, 2020.

PAYNE, P.; RODRIGUES, C. Environmentalizing the curriculum: a critical dialogue of south-north framings. Perspectiva, v. 30, n. 2, p. 411-444, 2012.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

RIBEIRO, L. C. Estado ambiental brasileiro: os dispositivos constitucionais que o fundamentam, algumas pré-compreensões necessárias e a atuação dos poderes públicos. 2014. 154 f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2014.

RODRIGUES, C. Educação física, educação ambiental e educação infantil no contexto escolar: uma sinergia possível. 2007. 98 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2007.

RODRIGUES, C. Observando os “estudos do meio” pela lente da educação ambiental crítica. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 24, p. 503-517, 2010.

RODRIGUES, C. A ambientalização curricular da educação física nos contextos da pesquisa acadêmica e do ensino superior. 2013. 338 f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2013.

RODRIGUES, C. O (não) lugar das sinergias motricidade-meio ambiente em contextos escolares. In: CORRÊA, D. A.; LEMOS, F. R. M.; RODRIGUES, C. (org.). Motricidade escolar. Curitiba: CRV, 2015. p. 147-172.

RODRIGUES, C. Limites da mudança e propostas vagabundas: perspectivas práxicas da educação ambiental. In: ARAÚJO, M. I. O.; NEPOMUCENO, A. L. O.; SANTANA, C. G. (org.). Educadores ambientais: caminho para a práxis. Aracaju: Criação, 2016. p. 15-30.

RODRIGUES, C. MovementScapes as ecomotricity in ecopedagogy. The Journal of Environmental Education, v. 49, n. 2, p. 88-102, 2018.

RODRIGUES, C. A ecomotricidade na apreensão da natureza: inter-ação como experiência lúdica e ecológica. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Seção especial: Técnica e Ambiente, v. 51, p. 8-23, 2019.

RODRIGUES, C. What’s new? Projections, prospects, limits and silences in “new” theory and “post” north-south representations. The Journal of Environmental Education, v. 51, n. 2, p. 171-182, 2020.

RODRIGUES, C. Processos de ambientalização curricular e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC): idealismos, realidades e caminhos para a práxis generativa. In: DANTAS, J. O.; SOARES, M. J. N. Conversação com educadores ambientais. Aracaju: Criação Editora, 2022a. p. 83-117.

RODRIGUES, C. Sobre projetos e processos de educação ambiental. In: DANTAS, J. O.; SOARES, M. J. N. Conversação com educadores ambientais. Aracaju: Criação Editora, 2022b. p. 5-13.

RODRIGUES, C.; ARENAS, A. Stockholm +50, Tbilisi +45, Rio+30: research, praxis, and policy. The Journal of Environmental Education, v. 53, n. 6, p. 309-313, 2022.

RODRIGUES, C.; GONÇALVES JUNIOR, L. Ecomotricidade: sinergia entre educação ambiental, motricidade humana e pedagogia dialógica. Motriz, v. 15, n. 4, p. 987-995, 2009.

RODRIGUES, C.; PAYNE, P. Environmentalization of the physical education curriculum in brazilian universities: culturally comparative lessons from critical outdoor education in Australia. Journal of Adventure Education and Outdoor Learning, v. 17, n. 1, p. 18-37, 2017.

RODRIGUES, C.; SACRAMENTO, A. L.; SANTOS, A. E.; ALBUQUERQUE, E. R. S.; SANTOS, K. A.; NOGUEIRA, P. R.; VIANA, P. F. O.; ALVES, T. M. A. Métodos de pesquisa qualitativa em ecomotricidade: relato de experiência de um projeto de pesquisa. In: COLÓQUIO DE PESQUISA QUALITATIVA EM MOTRICIDADE HUMANA: ECOMOTRICIDADE E BEM VIVER, 7., 2017. Aracaju; São Cristóvão. Anais [...]. São Carlos: SPQMH, 2017. p. 252-263.

RODRIGUES, C.; PAYNE, P.; LE GRANGE, L.; CARVALHO, I. C. M.; STEIL, C. A.; LOTZ-SISITKA, H.; LINDE-LOUBSER, H. Introduction: “new” theory, “post” north-south representations, praxis. The Journal of Environmental Education, v. 51, n. 2, p. 97-112, 2020.

RUFINO, L.; CAMARGO, D. R.; SÁNCHEZ, C.. Educação ambiental desde el sur: a perspectiva da terrexistência como política e poética descolonial. Revista Sergipana de Educação Ambiental, v. 7, n. esp., p. 1-11, 2020.

SAUVÉ, L. Currents in environmental education: mapping a complex and evolving pedagogical field. Canadian Journal of Environmental Education, v. 10, p. 11-37, 2005.

SÉRGIO, M. Alguns olhares sobre o corpo. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

SERPA, P. R. Experimentando a ecomotricidade na educação infantil. In: FERNANDES, G. F. G. A infância e suas múltiplas linguagens. São Paulo: Científica Digital, 2023. p. 60-66.

SOUZA, A. L. G.; HOLANDA, F. S. R. Indicadores de sustentabilidade e de segurança alimentar para agroecossistemas produtores de hortaliças. In: HOLANDA, F. S. R.; GOMES, L. J. (org.). Indicadores de sustentabilidade ambiental. São Cristóvão: Ed. UFS, 2014. p. 33-84.

UN. United Nations. Universal declaration of human rights. United Nations General Assembly, Paris 1948. Available at: https://www.un.org/en/about-us/universal-declaration-of-human-rights. Accessed on: July 23, 2023.

Publicado

31/08/2023

Como Citar

RODRIGUES, C.; CRUZ SANTOS SILVA, T. Ecomotricidade do plantar e do cuidar: um referencial pedagógico decolonial e ecofenomenológico. MOTRICIDADES: Revista da Sociedade de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana, São Carlos, v. 7, n. 2, p. 92–104, 2023. DOI: 10.29181/2594-6463-2023-v7-n2-p92-104. Disponível em: https://www.motricidades.org/journal/index.php/journal/article/view/2594-6463-2023-v7-n2-p92-104. Acesso em: 2 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.